Quando se fala em reposição hormonal, é comum surgirem dúvidas e preocupações, especialmente relacionadas à saúde do coração. Afinal, hormônios e sistema cardiovascular estão intimamente conectados — e entender essa relação é fundamental para fazer escolhas seguras e conscientes.
Segundo a médica Eline Lobo, que atua nas áreas de cardiologia e equilíbrio hormonal, a reposição hormonal, quando bem indicada e acompanhada, pode trazer benefícios importantes para a saúde, inclusive para o coração. “O uso adequado de hormônios, especialmente no contexto da menopausa, não apenas melhora sintomas como fogachos e alterações de humor, mas também ajuda na proteção cardiovascular”, afirma.
Como os hormônios influenciam o coração?
De acordo com Dra. Eline, o estrogênio exerce um papel protetor na saúde vascular, ajudando a manter a elasticidade dos vasos sanguíneos e a regular o metabolismo do colesterol. “Durante a menopausa, com a queda dos níveis hormonais, há um aumento natural do risco de doenças cardiovasculares. A reposição hormonal, quando bem conduzida, pode contribuir para reduzir esse risco”, explica.
No entanto, ela faz uma ressalva importante: “A reposição deve ser individualizada, baseada na avaliação clínica e no histórico de cada paciente. Nem todas as mulheres são candidatas ao uso de hormônios, principalmente se houver fatores de risco importantes não controlados”, orienta.
Riscos e cuidados necessários
A médica reforça que o uso indiscriminado ou sem acompanhamento adequado pode, sim, trazer riscos. “O excesso de hormônios ou o uso sem critério pode aumentar a chance de eventos cardiovasculares, como trombose e infarto. Por isso, o acompanhamento médico rigoroso é indispensável”, afirma.
Exames regulares, controle de fatores como pressão arterial, colesterol, glicemia e hábitos de vida saudáveis são fundamentais durante o tratamento.
Hormônios e estilo de vida: uma combinação necessária
Para Dra. Eline, a reposição hormonal deve sempre ser acompanhada de mudanças no estilo de vida. “Não adianta repor hormônios se a paciente mantém hábitos prejudiciais, como sedentarismo, má alimentação e tabagismo. O tratamento é mais eficaz quando vem associado a uma rotina saudável”, destaca.
Equilíbrio é a chave
A médica enfatiza que o grande objetivo da terapia hormonal é restaurar o equilíbrio, não criar excessos. “Reposição não é exagero, nem busca de juventude eterna. É devolver ao corpo o que ele perdeu de forma segura, visando saúde, qualidade de vida e prevenção de doenças”, conclui Dra. Eline.
Sarah Monteiro de Carvalho 994985286 [email protected]